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Entrevista com Sandro Takeshi Munakata da Silva

Convidamos o autor do livro que embasa o conteúdo deste blog, As Teorias da Comunicação nos Estudos de Relações Públicas, para uma entrevista. Infelizmente, não conseguimos realizar a entrevista pessoalmente, porém ele teve a gentileza de nos responder por e-mail. Ele respondeu algumas questões propostas, e salientou o ruído como um problema ainda presente no processo de Comunicação. Confira:


* A tecnologia da informação atrapalhou ou agregou para a área da comunicação?


O que eu percebo é que quando o comunicador conhece de fato uma mídia que está usando, o trabalho dele acaba sendo beneficiado pelas TIs (Tecnologias da Informação)de forma mais competente. No entanto, quando o comunicador tem um conhecimento raso sobre o assunto, e vai muito pelo feeling, não tem clareza sobre os processos comunicacionais, as TIs acabam prejudicando isso. Já vi casos de colegas da área, que as vezes movidos pela pressa, não fazem o devido planejamento de comunicação dirigida e acabam dessa forma pecando em sua atuação, transmitindo informações incompletas, equivocadas e às vezes até prejudiciais para as organizações em que atuam.


* O ruído ainda é um problema para a comunicação, mesmo em tempos de internet?


O ruído sempre foi e sempre vai ser um problema para a área de comunicação. Em tempos de internet, as comunicações ficaram mais rápidas e instantâneas, e toda essa agilidade acarreta em possíveis erros. Erros na produção da mensagem, erros na recepção da mensagem. Leitura dinâmica, associações equivocadas, tudo isso acaba sendo impactado pela internet.


Veja hoje os mais novos lendo na internet. A leitura é estilo Facebook, poucos caracteres, muitas imagens, e pouca reflexão sobre o que estão vendo. Será que de fato existe compreensão?


Então o problema não é a internet, mas talvez a cultura de internet para ler a comunicação nesse ambiente é que apresenta um problema. É preciso ter calma, saber atuar como um leitor de perfil cibernético, e de novo, ter conhecimento desse ambiente e assim a comunicação pode ser trabalhada de forma estratégico, tendo em vista a redução dos ruídos.


*Qual a atuação do profissional de Relações Públicas, num possível problema de comunicação entre a organização e os clientes, por exemplo.


O ideal é que a empresa venha a público e fale a verdade. Claro que deva existir uma preparação para essa comunicação, mas ela deve ser feita de maneira honesta, sem enrolações, e que seja dada a devida atenção até que a situação seja resolvida.


* Como profissional de Comunicação, o que você pode destacar como maior deficiência da área de comunicação, no geral?


Acho que o maior problema é que o profissional de comunicação não consegue de fato evidenciar o que seu trabalho produz para a organização, agência ou pessoa que ele representa. Hoje a comunicação, em especial, os setores de comunicação de uma empresa têm uma equipe enxuta, aonde os profissionais se desdobram para fazer o trabalho de uma, duas, as vezes até de três pessoas. Mas na hora de valorizar o seu trabalho, demonstrar resultados, e saberem opinar para mostrarem para a direção que a comunicação não é gasto e sim investimento, é bem aí que eles morrem na praia. Não sabem apresentar números, não fazem pesquisa qualitativa, não fazem mensuração do trabalho, não conseguem mostrar ao cliente o quanto eles economizaram em comunicação e apresentar o retorno de imagem que tiveram. Isso preocupa, porque o profissional quer mostrar que sabe fazer, mas não sabe depois apresentar isso, demonstrar o seu trabalho e que retorno ele teve.


Essa mensuração pode ser por comentários nas redes sociais, e-mails, atendimentos no SAC, pesquisas focus group, pesquisa de reação, top of mind, comunicações com investidores, com funcionários, e partir daí você faz uma análise qualitativa, mas cadê isso sendo feito? Só pensamos em produção, mas ninguém está pensando em como medir isso? Como demonstrar o que foi feito de maneira clara? Como mostrar resultados? É preciso avaliar e validar essa comunicação por meio de pesquisa. Alguém precisa começar a fazer, se quiser de fato ser levado a sério.


Para saber mais:

Você pode ler o livro dele sobre as Teorias da Comunicação, disponível em:


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